Melanoma

Melanoma: diagnostico, sintomas e tratamento

O Melanoma é um tumor maligno que se origina a partir de células que produzem a melanina em nosso corpo, os melanocitos, substancia essa a qual podemos atribuir a coloração de nossa pele. Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e conforme dados do INCA de 2016 corresponda a 30% de todos os tumores malignos registrados no País, o melanoma cutâneo representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase.

A estimativa em 2016 foi de quase 6000 casos novos da doença e com uma leve predominância no sexo masculino. E o numero de mortes estimadas por conta da doença chegou a 1500 casos no ano.

Quatro fatos devem ser ressaltados antes de iniciarmos mais profundamente a discussão:

 

  • Inúmeros fatores de risco são relacionados ao melanoma e a incidência parece estar aumentando em pessoas com menos de 40 anos e especialmente em mulheres.
  • A exposição repetida ao sol é o principal fator de risco evitável da doença – queimaduras solares repetidas vezes aumentam em muito o risco de melanoma e também outros tipos de câncer de pele.
  • O diagnostico é feito inicialmente pela suspeita de uma lesão, pela aparência, seguida de biopsia. Isso quando precoce.
  • O auto monitoramento de pintas e marcas na pele, ajuda e muito na detecção precoce da doença na pele.

Quais são as causas e fatores de risco do melanoma ?

A exposição excessiva aos raios solares, como já comentado aumenta a incidencia de lesões precursoras e agride também lesões já pré-existentes, bem como modifica a genética da pele sadia ao longo dos anos de dano e exposição.  Dito isso, queimaduras graves solares, mesmo que em eventos únicos também aumentam esse risco.

A pele mais clara, também e um fator de risco para desenvolvimento de melanoma, porém não significa que pacientes com pele mais escura não desenvolvem a doença, apenas com menor frequência.

Historia pessoal prévia de doença ou historia familia prévia também são fatores de risco importante, sendo que até 10% dos pacientes  possuem um parente de primeiro grau com a doença. Reforçando um componente genético associado.

O número e o tamanho das pintas também importam e aumentam seu risco de manifestar a doença.

Doença genética rara, as pessoas que possuem xeroderma pigmentoso não são capazes de reparar os danos do DNA danificado pela ação dos raios do sol, aumentando assim o risco de qualquer doença na pele.

Melanomas são mais comuns entre adultos com mais de 50 anos de idade.

Pessoas que possuem o seu sistema imunológico enfraquecido devido a algum fator também possuem um risco aumentado em adquirir melanoma.

 

Sintomas e diagnóstico

Importante ressaltar que apesar do melanoma mais comum ocorrer na pele, a doença pode se manifestar nos olhos, nas orelhas, no trato gastrointestinal, nas membranas mucosas e genitais. Nesses casos com difícil diagnostico precoce e geralmente apresentando sintomas relacionados ao aparecimento e crescimento das metástases.

Na pele, as áreas mais comuns são o dorso para os homens e os braços e pernas para as mulheres. O diagnóstico como já mencionado depende da biópsia que é a retirada parcial ou completa da lesão para analise do patologista e se indica a biopsia na suspeita clinica com os sinais e sintomas a seguir. Os primeiros sinais e sintomas de melanoma são frequentemente:

  • mudanças em uma mancha ou pinta já existente
  • aparecimento de nova mancha ou pinta pigmentada ou de aparência “estranha”
  • coceira, sangramento e a não cicatrização de áreas novas ou antigas com lesões pigmentadas também devem chamar a atenção.

Como regra geral, qualquer novo sinal na pele ou mudança em uma pinta/mancha que já existia deve servir de alerta. Existe uma regra prática para os pacientes, chamada ABCDE, cujo objetivo é reconhecer um câncer de pele em seu estágio inicial:

  • Assimetria: imagine uma divisão no meio da pinta e verifique se os dois lados são iguais. Se apresentarem diferenças deve ser investigado
  • Bordas: verifique se a borda está irregular, serrilhada, não uniforme. bordas arredondadas são as mais comuns entre pintas benignas.
  • Cor: identificar se há várias cores em uma mesma pinta ou mancha, incluídas nas bordas da lesão, ou até mesmo extrapolando os limites da mesma.
  • Diâmetro: esse item diz respeito ao crescimento da lesão. Independente de seu tamanho inicial.
  • Evolução: houve mudança na cor, formato ou tamanho, aparecimento de apêndices como pêlos ou crostas.

Ainda dentro do diagnostico de melanoma cutâneo, existem várias subtipos, alguns a saber:

  • Lentigo Maligno
  • Lentigo maligno melanoma
  • Melanoma extensivo superficial ( o mais comum )
  • Melanoma lentiginoso acral ( palmar, plantar ou sub-ungueal)
  • Melanoma de mucosas
  • Melanoma nodular
  • Melanoma Polipoide
  • Melanoma desmoplásico

E o tratamento para a doença?

A cirurgia é o tratamento mais indicado. Após a confirmação com a biópsia, ressecções com grandes margens de pele sadia ao redor são indicadas, o que muitas vezes implica na necessidade de retalhos locais de pele para fechamento do defeito e não raros enxertos livres de pele, provenientes de outras regiões do corpo. Com a facilidade da doença em se espalhar tanto por via linfática como por via hematogênica, uma série de exames de estadiamento da doença devem ser feitos anteriormente a indicação do tratamento inicial, logo após a confirmação da doença com a biópsia para melhor programação, inclusive cirurgica, por exemplo, para indicação de pesquisa de linfonodos sentinela próximos a lesão inicial ou até mesmo cirurgias para retirada completa dos grupos linfonodais que podem estar acometidos. A cirurgia para retirada de metástases em casos selecionados também pode e deve ser indicada.

A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos) , o melanoma é considerado incurável na maioria dos casos. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter então como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Atualmente tratamentos como terapias biológicas ou imunoterapias tem sido utilizadas com boas respostas no tratamento tanto adjuvante como paliativo, muitas ainda em caráter de pesquisa, porém algumas já bem estabelicidas pelas autoridades competentes.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em Londrina!

 

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