É normal ter problemas intestinais após o tratamento do câncer ginecológico?

Segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo do útero registra, em média, mais de 500 mil novos casos por ano no mundo, sendo a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. Em alguns casos, mesmo após o tratamento desta neoplasia e de outros tipos de câncer ginecológico, o paciente pode apresentar algumas complicações, como, por exemplo, os problemas intestinais.

Neste post, você vai entender as razões que justificam essas consequências dos tratamentos.

O que é um câncer ginecológico?

O câncer ginecológico é um termo utilizado para categorizar todos os tumores malignos que se desenvolvem no colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. Contudo, cada um desses tipos possui suas particularidades.

De modo geral, estas neoplasias são consideradas como de difícil diagnóstico, o que explica o alto número de óbitos. Isso porque, com a ausência de sintomas e de acompanhamento ginecológico, a doença não é diagnosticada precocemente, reduzindo as chances de sucesso do tratamento.

Como é o tratamento do câncer ginecológico?

Embora os diferentes tipos de câncer ginecológico estejam localizados em uma mesma área, cada órgão reage de maneira diferente quando acometido por um tumor. Assim, o tratamento depende do estado de saúde do paciente, da região acometida, do estadiamento do tumor, entre outros.

Geralmente, o tratamento deste grupo de neoplasias é cirúrgico, exigindo ou não a realização de sessões de quimioterapia e radioterapia. Neste sentido, as cirurgias costumam ser indicadas para a remoção do tumor e de parte, ou a totalidade, do órgão afetado.

Assim, em decorrência desse tratamento agressivo, o paciente fica mais suscetível a complicações do pós-operatório, que podem ser reversíveis ou não. Entre as mais comuns estão o aparecimento de linfedemas, hemorragias, trombose venosa profunda e estenose vaginal.

Além disso, é comum que ocorram complicações que resultam em problemas intestinais, como a diarréia, constipação e obstrução gastrointestinal. A seguir, falaremos um pouco mais sobre cada uma dessas condições.

Diarreia

O tratamento do câncer ginecológico pode envolver procedimentos cirúrgicos, uso de medicamentos e radioterapia. Assim, a depender de cada paciente, podem surgir efeitos colaterais, como a diarreia.

Geralmente, a quimioterapia é a responsável por esse problema, pois atua nas células sadias que recobrem o intestino. Nesses casos, deve-se procurar um médico quando o paciente evacua mais de seis vezes por dia, durante dois dias seguidos, houver sangue nas fezes, perda acentuada de peso, presença de cólicas, febre ou inchaço.

Constipação

Trata-se da dificuldade em evacuar, podendo causar dor e desconforto. Esse problema intestinal costuma estar relacionado com a falta de líquido, ingestão inadequada de alimentos, fraqueza generalizada, uso de analgésicos ou retenção voluntária das fezes.

Ainda, a complicação é considerada grave quando o paciente fica mais de três dias sem evacuar, mesmo com o uso de laxantes, quando sente cólicas ou perceba a presença de sangue nas fezes ou na região anal.

Obstrução gastrointestinal

A obstrução gastrointestinal é uma obstrução muito comum após o tratamento de câncer de ovário ou colorretal. O problema surge quando o tumor bloqueia o fluxo normal dos alimentos. Quando não tratada, pode levar à morte. 

Na maioria dos casos, essa complicação vem acompanhada de vômitos, cólicas intestinais e dor intensa, sintomas que indicam a necessidade de buscar apoio médico. Essa obstrução pode ser resolvida com o uso de sonda nasogástrica ou de um tubo expansível.

Enfim, o câncer ginecológico é uma doença grave e de difícil tratamento. Em função da sensibilidade dos órgãos e o diagnóstico tardio, os problemas intestinais são uma das complicações mais recorrentes.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como oncologista em São Paulo!

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